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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

A Escravidão no Brasil


                                              
                                                  A ESCRAVIDÃO NO BRASIL 
No Brasil, a escravidão teve seu início a partir da produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os escravos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar da região nordeste do Brasil. Os escravos aqui no Brasil eram vendidos como se fossem mercadorias pelos comerciantes de escravos portugueses. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos. 
O transporte destes escravos era feito da África para o Brasil nos porões de navios negreiros. Os escravos vinham amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, e seus corpos eram deixados no mar. 
Quando chegavam às fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior maneira possível. Trabalhavam excessivamente (de sol a sol), recebiam uma alimentação precária e suas roupas eram trapos. A noite recolhiam-se nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene) e eram acorrentados para evitar fugas. Constantemente eram castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no período do Brasil colonial. 
Os escravos eram proibidos de praticarem a sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Eram obrigados a seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, e também era exigido adotar a língua portuguesa na sua comunicação. Porém mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se extinguir. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, conservaram suas representações artísticas e desenvolveram uma uma arte marcial disfarçada de dança, a Capoeira. 
 
As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão no Brasil, ainda que os senhores de engenho utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia. 
No período conhecido como o Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam a liberdade. Entretanto, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedade acabavam fechando as portas para estas pessoas. 
O negro, porém reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Neste período eram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os quilombos. Estes quilombos eram comunidades organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes do que existia na África. Nos quilombos, os negros africanos podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi. 
 
  
Como era a vida dos escravos no Brasil: 
  
Quando chegava ao Brasil, o africano era chamado de "peça" e vendido em leilões públicos, como uma boa mercadoria: lustravam seus dentes, raspavam os seus cabelos, aplicavam óleos para esconder doenças do corpo e fazer a pele brilhar, assim como eram engordados para garantir um bom preço. Afinal, o preço mudava segundo o sexo e a idade, mas também a partir da condição física. As vendas também podiam ser feitas diretamente ao fazendeiro, por encomenda e com o preço combinado antes.   Um escravo valia mais quando era homem e adulto. Um escravo era considerado adulto quando tinha entre 12 e 30 anos. Eles trabalhavam em média das 6 horas da manhã às 10 da noite, quase sem descanso, e amadureciam muito rápido. Com 35 anos, já tinham cabelos brancos e bocas desdentadas.   Os cativos recebiam, uma vez por dia, apenas um caldo ralo de feijão. Para enriquecer um pouco a mistura, eles aproveitavam as partes do porco que os senhores desprezavam: língua, rabo, pés e orelhas. Foi assim que surgiu a feijoada.   Os escravos eram marcados nas coxas, braços, peitos e nas faces, com ferro em brasa, com as iniciais de seu senhor. O instrumento de castigo mais conhecido tenha sido o pelourinho. Símbolo do poder, cada fazenda e cada cidade possuía um aparelho desses. O escravo era amarrado pelas mãos e pelos pés e castigado publicamente para servir de exemplo.   Os escravos popularizaram o leite de coco, o azeite-de-dendê, a pimenta malagueta, o feijão-preto e o quiabo. Por volta de 1750, escravas foram para as ruas de Salvador e Rio de Janeiro para vender comidas em tabuleiros.   Muitas vezes, senhores de escravos e donos de minas se apaixonavam pelas escravas mais belas. Então, eles faziam questão de vesti-las com roupas caras e muitas jóias. Em 20 de fevereiro de 1696, o governo de Portugal proibiu que as escravas usassem vestidos de seda, de veludo ou de cambraia. Não poderiam portar também peças de ouro. A ordem não surtiu muito efeito.   Cada senhor de engenho tinha autorização para importar 120 escravos por ano da África. E havia uma lei que estipulava em 50 o número máximo de chibatadas que um escravo podia levar por dia. 
  
RESUMO 
- A escravidão começou no Brasil no século XVI. Os colonos portugueses começaram escravizando os índios, porém a oposição dos religiosos dificultou esta prática. Os colonos partiram para suas colônias na África e trouxeram os negros para trabalharem nos engenhos de açúcar da região Nordeste. 
- Os escravos também trabalharam nas minas de ouro, a partir da segunda metade do século XVIII. 
- Tanto nos engenhos quanto nas minas, os escravos executavam as tarefas mais duras, difíceis e perigosas. 
- A maioria dos escravos recebia péssimo tratamento. Comiam alimentos de péssima qualidade, dormiam na senzala (espécie de galpão úmido e escuro) e recebiam castigos físicos. 
- O transporte dos africanos para o Brasil era feito em navios negreiros que apresentavam péssimas condições. Muitos morriam durante a viagem. 
- Os comerciantes de escravos vendiam os negros como se fossem mercadorias. 
- Os escravos não podiam praticar sua religião de origem africana, nem seguir sua cultura. Porém, muitos praticavam a religião de forma escondida. 
- As mulheres também foram escravizadas e executavam, principalmente, atividades domésticas. Os filhos de escravos também tinham que trabalhar por volta dos 8 anos de idade. 
- Muitos escravos lutaram contra esta situação injusta e desumana. Ocorreram revoltas em muitas fazendas. Muitos escravos também fugiram e formaram quilombos, onde podiam viver de acordo com sua cultura. 
- A escravidão só acabou no Brasil no ano de 1888, após a decretação da Lei Áurea. 

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