A Revolução Francesa se trata de uma série de acontecimentos no período de 5 de maio de 1789 e 9 de novembro de 1799, que mudaram o cenário político e social da França.
Motivos
Nesse período a França era um país extremamente rural, com uma sociedade repleta de desigualdade, dividida em 3 classes o primeiro, segundo e terceiro estado.
- Primeiro estado: Representava o clero.
- Segundo estado: Representava os nobres.
- Terceiro estado: Representava os trabalhadores e a burguesia.
O clero e os nobres eram a privilegiada aristocracia francesa. O terceiro estado apresentava aproximadamente 97% da população e a tributação imposta a esse grupo era tão alta, que boa parte da população passava fome.
Isso levou a França entrar em uma crise econômica, política e social. O governo de Luis XVI começou uma serie de assembleias para tentar da resolver a crise.
A primeira assembleia ficou conhecida como Assembleia dos Notáveis em 1787, mas a solução dos ricos foi aumentar ainda mais os impostos dos trabalhadores e burgueses.
Em 1789 foi realizado a Assembleia dos Estados Gerais, contando agora com a participação terceiro estado, mas o terceiro estado tinha direito a apenas um voto contra os votos da nobreza e do clérigo.
Os representantes do terceiro estado então fizeram duas reivindicações ao rei:
- O aumento do número de deputados e que a votação no fosse por estado e sim por cabeça.
Mas o Rei Luís XVI com medo de entrar em conflito com sua aristocracia demorou a tomar uma decisão. Insatisfeitos os deputados do terceiro estado e se alto proclamaram em Assembleia Nacional Constituinte 1789, sujeitando a monarquia francesa a uma constituição, começava a revolução.
A revolução
Paralelamente ao fato político, ocorreu uma grande revolta popular em 14 de julho 1789. A população toma as ruas de Paris e proclama a queda de Bastilha (prisão para políticos).O lema dos revolucionários era “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, pois ele resumia muito bem os desejos do terceiro estado francês.. Foi então elaborado os direitos do homem e do cidadão abolindo os direitos feudais e dividindo os deveres do governo. A constituição entrou em vigor em 1791, em 1792 uma tentativa em devolver os poderes a monarquia francesas falhou, derrotados pelos revolucionários. Luís XVI foi julgado, considerado traidor da França foi decapitado pela guilhotina. Depois disso deu início a república Jacobina.
Republica Jacobina
Após ter sido constituída a República Jacobina, mais precisamente no ano II (1793), a crise se agravou não só no setor econômico, mas em outros de igual relevância, incitando os conflitos de classe. Os jacobinos assumiram o poder no momento crítico da Revolução. A República Jacobina foi à fase mais dura: Radicalismo e terror, da Revolução Francesa (1789-1848), sendo ainda hoje um marco inesquecível para todos os países.
Sua influência é direta e universal; forneceu o modelo para todos os movimentos revolucionários posteriores. Foi a priori, uma revolução de massa, social e amplamente caracterizada pela radicalidade. A hegemonia jacobina foi estabelecida entre os anos de 1793 a 1794.Durou pouco a República jacobina. As execuções dos direitistas, a falta de apoio popular ao governo, apoio esse, retirado por consequência das dificuldades econômicas próprias da guerra, a corrupção encarnada na pessoa de Danton, foram fatores determinantes para a derrocada dos jacobinos. Em 1792, os radicais liderados por Robespierre, Danton e Marat assumem o poder e organização as guardas nacionais. Estas recebem ordens dos líderes para matar qualquer oposicionista do novo governo. Muitos integrantes da nobreza e outros franceses de oposição foram condenados a morte neste período. A violência e a radicalização política são as marcas desta época.
Diretorio (1795-1799)
Os Girondinos decidiram reverter o período de terror no governo Jacobino, com a retomada do poder deles no processo revolucionário. O novo governo recebeu o nome de Diretório.
O Diretório (1794–1799) foi uma fase conservadora, marcada pelo retorno da Alta Burguesia ao poder e pelo aumento do prestígio do Exército apoiado nas vitórias obtidas nas Campanhas externas. Uma nova constituição entregou o Poder Executivo ao Diretório, uma comissão constituída de cinco diretores eleitos por cinco anos. Esta carta previa o direito de voto masculino aos alfabetizados. O poder legislativo era exercido por duas câmaras, o Conselho dos Anciãos e o Conselho dos Quinhentos.
Era a república dos proprietários, que enfrentavam uma grave crise financeira. Registra-se uma oposição interna ao governo devido à crise econômica e à anulação das conquistas sociais jacobinas. Tentativas de golpe à direita (monarquistas ou realistas) e à esquerda (jacobinos) ocorreram neste período. As ações contra o novo governo se sucediam. Em 1795, um golpe realista foi abortado em Paris. Aproveitando o descontentamento dos sans-culottes, os remanescentes jacobinos tentaram organizar em 1796 a chamada Conjuração ou Conspiração dos Iguais, liderada por François Noël Babeuf (mais conhecido como Graco Babeuf)
Os seguidores desse movimento popular, com algumas pinceladas socialistas, desejavam não apenas igualdades de direitos (igualdade perante a lei), mas também igualdade nas condições de vida. Babeuf achava que a única maneira de alcançar a igualdade era com a abolição da propriedade privada. A insurreição foi denunciada antes mesmo de se iniciar e seus líderes, Graco Babeuf e Buonarroti, foram condenados à guilhotina. As ideias de Babeuf, entretanto, serviram de base para a luta da classe operária no século XIX. Externamente, entretanto, o exército acumulava vitórias contra as forças absolutistas de Espanha, Holanda, Prússia e reinos da Itália, que, em 1799, formaram a Segunda Coligação contra a França revolucionária.
Napoleão Bonaparte
O governo não era respeitado pelas outras camadas sociais. Os burgueses mais lúcidos e influentes perceberam que, com o Diretório, não teriam condição de resistir aos inimigos externos e internos e manter o poder. Eles acreditavam na necessidade de uma ditadura militar, uma espada salvadora, para manter a ordem, a paz, o poder e os lucros.
A figura que sobressai no fim do período é a de Napoleão Bonaparte. Ele era o general francês mais popular e famoso da época. Quando estourou a revolução, era apenas um simples tenente e, como os oficiais oriundos da nobreza abandonaram o exército revolucionário ou dele foram demitidos, fez uma carreira rápida. Aos 24 anos já era general de brigada. Após um breve período de entusiasmo pelos jacobinos, chegando até mesmo a ser amigo dos familiares de Robespierre, afastou-se deles quando estavam sendo depostos. Lutou na Revolução contra os países absolutistas que invadiram a França e foi responsável pelo sufocamento do golpe de 1795
RESUMO
A revolução francesa foi um fato de grande importância para a história da França e do mundo já que seus reflexos chegam à América, influenciando os movimentos de independência das colônias ibéricas (de Portugal e Espanha). A Revolução Francesa tem inúmeras causas entre as quais podemos apontar: 1. As desigualdades sociais; 2. O absolutismo monárquicos (principalmente dos últimos monarcas franceses- Luiz XIV, XV e XVI; 3. A crise econômica motivada pelo fracasso da industrialização e as péssimas colheitas agrícolas. 4. A fome nas cidades e no campo; 5. As influências das idéias liberais (Iluminismo). 6. Os altos gastos da corte e do rei; 7. O desejo da burguesia de participação política. A Revolução começou com a explosão popular em 14/7/1789 quando o povo saiu às ruas e o exército, mandado pelo rei para reprimir as manifestações populares, aderiu ao povo. O rei, temeroso de perder o poder, concordou com a criação de uma Assembléia Nacional que, pouco a pouco tirou-lhe poderes, aboliu os privilégios dos nobres e do clero, reformou o calendário, etc. Luiz XVI resolveu, então, fugir da França para liderar uma contrarrevolução no exterior, mas foi preso na fronteira. Com a fuga do rei os radicais tomaram o poder na Assembleia Nacional, proclamaram a república e criaram uma nova assembleia- a Convenção. Durante a Convenção a França foi invadida e os radicais criaram a Junta de Salvação Nacional que julgou e condenou à morte centenas de nobres, clérigos e gente rica (Reino do Terror), dentre os quais a família real. A Junta de Salvação foi derrubada por uma contrarrevolução liderada pela burguesia que implantou um regime de governo chamado "Diretório". Durante a existência do Diretório a situação econômica e social agravou-se. Em 1799, Napoleão Bonaparte com apoio do exército, tomou o poder (Golpe do 18 do Brumário), encerrando assim a fase revolucionária e iniciando um novo período da História da França, o governo Napoleônico.
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