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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

IMPÉRIO DO BRASIL: PARTE 1

IMPÉRIO DO BRASIL 
                                    
Nota: Durante o período monárquico os governadores eram reconhecidos como presidentes e os Estados eram chamados de Províncias. 

    Hino Imperial Brasileiro (Clique para ouvir) 

A FULGA  
No início do século XIX, Napoleão Bonaparte ordenou o bloqueio dos portos europeus ao comércio de produtos britânicos. Apenas o Reino de Portugal não acatou a ordem, com essa decisão uma invasão francesa ocorreria em pouco tempo.  
A coroa portuguesa tinha duas opções: ficar e lutar, ou fugir para a América do Sul.  
No dia 29 de novembro de 1807, toda a coroa portuguesa embarcou para o Brasil. Nos 14 navios que saíram de Portugal vieram também centenas de funcionários, criados e pessoas ligadas a corte. Trouxeram também livros, documentos, obras de artes e objetos de valores. Chegando ao Brasil em janeiro de 1808.  
  
  
REINADO DE DOM JOÃO VI 
No Brasil, após a morte de Dona Maria I, Dom João tornou-se rei do Reino Unido de Portugal, Algarves e do Brasil.  
O Brasil deixou de ser uma simples colônia devido a abertura de portos para o comércio com aliados de Portugal.  
Em agosto de 1820, a burguesia juntamente com os nobres e clérigo iniciou a revolução conhecida como a Revolução do Porto. Neste período Napoleão já não era mais tão temido na Europa.  
Devido a pressão Dom João, nomeado Dom João VI, retornou a Portugal em 1822.  
  
Nota: Enquanto os tempos difíceis em Portugal afligia corações e mentes de sua população, do outro lado das águas atlânticas, no Rio de Janeiro, a “calma reinante era parte de um cenário frágil”, no entender da antropóloga Lilia Moritz Schwarcz. Haviam grupos que desejavam a permanência do rei na cidade, garantindo todas as vantagens adquiridas desde 1808 (e que não eram poucas). Mas também existiam outros grupos que temiam a libertação dos escravos (Movimento que já acontecia em algumas partes do mundo), porque isso poderia diminuir seus lucros e suas vantagens.  
  
Com o retorno da corte para Lisboa, em 1821, o herdeiro do trono de Portugal, príncipe real Dom Pedro, assumiu a regência do Brasil (Crédito: Jean-Baptiste Debret).  
  
  
REINADO DE DOM PEDRO I 
Com o retorno para Portugal, a corte portuguesa queria transformar o Brasil em uma simples colônia. E para isso acontecer era preciso também o retorno do príncipe regente Dom Pedro I.  
O partido brasileiro formado por grandes latifundiários e comerciantes organizou um grande movimento no qual reuniram mais de 8 mil assinaturas solicitando que o príncipe permanecesse em solo brasileiro.  
Em 9 de janeiro de 1822, o príncipe Dom Pedro I declarou: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, digão ao povo que fico!".  
O Brasil então rompeu as relações diplomáticas com Portugal em setembro do mesmo ano após a assinatura do decreto por Maria Leopoldina (princesa regente na ausência de Dom Pedro). 
Ao retornar de viagem, Dom Pedro declarou a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. 
 
  
Guerra da Independência (1822-1825)  
Assim que ocorreu a declaração de independência, os governos provinciais indicados pela coroa portuguesa se rebelaram contra o novo monarca.  
As províncias rebeldes foram Cisplatina (Atual Uruguai), Bahia, Pará, Piauí e Maranhão.  
Durante longos 3 anos, os brasileiros lutaram contra os portugueses. Em 1825 após receber uma indenização de aproximadamente 2 milhões de libras o império de Portugal reconheceu a independência do Brasil.  
  
  
O NOVO IMPÉRIO  
Em 1823 surgiu o primeiro projeto de Constituição Política do Império do Brasil, também conhecida como constituição da mandioca. Foi elaborada pelos representantes das províncias: os Liberais federalistas, os Bonifácios e os absolutistas, sendo estes os principais grupos que fizeram parte da assembleia constituinte.  
Entretanto, os interesses do Imperador Dom Pedro I e dos representantes não eram os mesmos! O partido português defendia o poder absoluto para o imperador em contrapartida o partido brasileiro exigia que o imperador se submetesse ao parlamento.  
Em 12 de novembro de 1823, o Imperador Dom Pedro I com auxílio do exército, dissolveu a assembleia constituinte de 1823.  
Em 25 de março de 1824, Dom Pedro I decretou uma das constituições mais estáveis que o Brasil já teve. Como característica essa nova constituição foi marcada por esforços de uma sociedade progressista e estabelecia direitos civis aos cidadãos brasileiros. Todo cidadão brasileiro livre ou naturalizado no Brasil tinha direito a segurança pessoal, liberdade e a prosperidade. O catolicismo era a única religião oficial do estado, mas cada cidadão tinha liberdade para realizar o culto a outras religiões em seus lares.  
  
Confederação do Equador  
A confederação do equador é um movimento político revolucionário que originou no nordeste do Brasil em 1824.  
Foi chamado assim porque o centro do movimento ficava próximo a linha do Equador.  
O movimento de caráter emancipacionista e republicano contou com apoio de camadas urbanas, elites regionais e intelectuais.   
Sua principal causa foi devido ao forte descontentamento com a centralização política imposta por Dom Pedro I tendo total influência portuguesa na vida política do Brasil, mesmo após a independência.  
A elite de Pernambuco havia escolhido um governador para a província: Manuel Carvalho Pais de Andrade. Porém, em 1824, Dom Pedro I indicou um governador de sua confiança para a província: Francisco Paes Barreto. Este conflito político foi o estopim da revolta.  
Os objetivos dos revoltosos eram:  
-Uma nova constituição de caráter liberal;  
-Diminuir a influência do governo federal em assuntos regionais;  
-Organizar resistência popular contra o governo federal;  
-Ter um governo independente na região.  
Na tentativa de evitar um conflito armado Dom Pedro I tentou um meio termo, nomeou Mayrink da Silva para a província, um liberal porem fiel ao imperador. Entretanto, os pernambucanos não aceitaram, em 2 de julho de 1824, Manuel de Carvalho proclamou a Confederação do Equador.  
O movimento separatista unia Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Defendeu a convocação de uma nova assembleia e a formação de um Estado independente do Império.  
Antes mesmo que o movimento ganhasse força, os interesses dos membros acabaram dividindo seus integrantes. Os populares defendiam o fim do comércio de escravos e que o governo fosse controlado pelo povo. Com isso a elite agrária (senhores de escravos) abandonaram o movimento.  
  
"Eu sei que meu sangue é da mesma cor que os dos negros."  Dom Pedro I 
  
Nota: Dom Pedro I sempre foi contra a escravidão e tentou levar o assunto para a assembleia constituinte, mas o imperador não teve apoio político.  
Dom Pedro I formou um exército de mercenários sobre comando de Francisco Lima e Silva e em setembro de 1824, após intensa batalha, o exército imperial deu um fim a Confederação do Equador.  
Manuel de Carvalho fugiu para a Inglaterra e outros 16 líderes do movimento foram capturados, julgados e mortos.  
A província de Pernambuco foi punida, tendo parte de seu território anexado a província Baiana. 
  
  
A GUERRA DA CISPLATINA (1825-1828) BRASIL VS ARGENTINA  
No governo de Dom Pedro I, em 1825 havia um movimento de libertação da província da Cisplatina, porque tinham costumes e idioma diferentes.  
João Antônio Lavalleja liderou o movimento para declarar a independência da região.  
A Argentina ofereceu apoio político, armas e alimentos. Mas na realidade os argentinos pretendiam anexar a Cisplatina, assim que não pertencesse mais ao Império do Brasil.  
Nessas circunstancias, o Império do Brasil declarou guerra a Argentina e aos colonos descontentes.  
Ocorreram vários combates que custaram muito dinheiro público.  
A Inglaterra possuía interesses econômicos na região, atuou de forma mediadora e em 1828 propôs um acordo entre Brasil e Argentina. Foi estabelecido que a Província da Cisplatina não pertencia nem ao Brasil e nem a Argentina, mas era independente. Nascia então a Republica Oriental do Uruguai.  
Com a perda do território, o Brasil teve sua crise política agravada. Pois o desfecho desfavorável para o Brasil não agradou a população, aumentando a insatisfação dos brasileiros com o Imperador, que veio a renunciar em 1831.  
Continua na Parte 2   
  
  
Por:Eliandro Camargo Vassalo  

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